sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Minha vida é andar...

Somos dotados, normalmente, da capacidade de locomoção; não importa o ritmo do deslocamento. Se a intenção é chegar, não havendo preocupação com a alta velocidade, todo mundo um dia atinge esse objetivo. A questão é que, na vida, uns querem, necessariamente, passar pelos outros, estar à frente, alcançar a linha de chegada antes de todos, sem considerar a legitimidade ou legalidade dos meios para esse fim.
A caminhada em nossa existência permite-nos estabelecer um compasso e uma agradável maneira de conviver com a paisagem que passa diante de nossos olhos e debaixo de nossos pés, criando em nós a sensação de bem-estar e até de felicidade. Todo esse conjunto de contemplações sugere-nos lições de vida. O que estiver estático sob o nosso olhar ou em movimento há de deixar-nos preciosos aprendizados. Nada nos passa em vão.
Dentro dessa perspectiva, não estamos falando aqui de meros movimentos físico-motores; mas de um processo de observação e assimilação à proporção que nos deslocamos, e passamos pelas coisas, pelas paisagens, pelas pessoas.
Para muitos, chegar simplesmente não é interessante; é preciso chegar primeiro. Para outros, basta o caminhar na direção certa ou que julguem ser o melhor roteiro. Há quem pense também que tudo isso é perda de tempo, pois ninguém - na verdade - chega a lugar algum. E assim, somos rodeados de diferentes perfis de caminhantes ou observadores com pensamentos vários sobre o valor das caminhadas. Cabe-nos prosseguir absorvendo o melhor de cada um.
E você, já observou para onde está indo em sua caminhada? Que lições estão sendo extraídas e aplicadas no seu modus vivendi? O que tem chamado sua atenção: as coisas, as paisagens, as pessoas?
Cheguei à conclusão de que a vida é uma caminhada na qual não há linha de chegada; ela é um roteiro cujo ritmo é estabelecido por quem dela participa; é uma oportunidade de descobrir parceiros; é uma chance de assimilar lições com o que vemos, por onde passamos e com quem convivemos.
Realmente, minha vida é andar...

Um comentário:

  1. Minha memória não é boa, mas me lembro da época de escola em que tinha aulas com o professor amigo Sílvio e, da lembrança, não se apaga o detalhe de que as aulas não eram de língua portuguesa, eram meditações como essas transmitidas em uma linguagem impecável. Também não esqueço que essa foi a época em que eu tinha mais conhecimento sobre língua mais interessante.
    Acho incríveis seus textos! Ainda tento descobrir aonde vou (uma das perguntas básicas da filosofia) e espero chegar onde quer que seja, mas que seja perto o suficiente da felicidade. =P
    Grande abraço!

    ResponderExcluir