domingo, 31 de janeiro de 2010

Se todos fossem iguais a você, (...)

A natureza é multicor. Seus matizes insinuam uma diversidade que foge à monotonia a que muitos se submetem. Compreender essa pluralidade pode permitir-nos uma melhor visão de como devem ser as pessoas e de que modo podemos aceitá-las.
Somos parte de um mundo natural, em pleno movimento, em constante mutação, reprodutivamente múltiplo. O fato de convivermos com tantos elementos díspares induz-nos a uma concepção de que a maravilha da vida não está na igualdade, mas na grande variedade de perfis que nos cercam. Todas essas diferenças que compõem nosso universo tangível contribuem para, cada vez mais, amarmos uns aos outros por serem diferentes de nós; e não por suas semelhanças conosco.
Conceber essa verdade não é fácil. Exige de cada um e de todos um nível diferenciado de percepção sobre a vida. É plausível a crescente referência à aceitação das diferenças entre as pessoas no mundo inteiro; e ficar de fora desse contexto é mais que um retrocesso; é uma estagnação. Assim, é possível ver o mundo como um avanço a partir de uma visão periférica em relação a tudo que nos cerca.
Se é inegável que a singularidade é plural, por que iríamos querer paisagens monótonas; assuntos monotemáticos; a vida sem movimentos ou pessoas sem variações?
Por isso, creio que se todos fossem iguais a você; sinceramente, não sei se seria uma maravilha viver, pois o que torna qualquer um especial é, exatamente, o fato de ninguém ser-lhe igual.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Esses moços, pobres moços...

A trajetória natural da existência humana sugere que as pessoas aprendam com tudo que lhes aconteça, considerando aquela máxima: vivendo e aprendendo. Nessa linha de raciocínio, o maior empreendimento da humanidade está em saber conjugar harmonicamente essas duas ações, no gerúndio mesmo, dando esse toque de continuidade prazerosa que a vida nos propõe. E, quando alguém atinge esse nível de compreensão, as relações entre as pessoas adquirem um patamar de civilização e evolução existencial.
Desde os primeiros passos, na fase inicial da infância, tudo o que a criança faz - por mais simples que seja - ganha status de ousadia e até de genialidade precoce. A família supervaloriza todo gesto, cada palavra, cada frase de efeito que pega qualquer um de surpresa, enfim, parece um período no qual todos devem assistir ao espetáculo e sensivelmente aplaudir a todo infante sinal prodigioso. De fato, esse estágio de nossa passagem por aqui é admirável, requer acompanhamento, valorização, respeito e esperança de que esteja bem assegurada a transição para a nova etapa da vida.
Sabe-se que esse processo de mudança no ser humano é até objeto de estudos, pois o comportamento das pessoas se altera substancialmente, o que gera a necessidade de adaptações constantes ao meio. Na adolescência, estendida cada vez mais no ciclo da vida, percebe-se um fluxo crescente de novos personagens que afloram seus estilos variados, exóticos, criativos, assustadores, misteriosos, coloridos, numa diversidade que deixa sem noção, principalmente, os mais velhos quanto ao que esteja acontecendo com essa turma nova. Até onde for a fase adolescente de cada um, é bom saber que ela refletirá as tendências e os novos conceitos no mundo.
Bem, mas chega-se ao estágio adulto da vida, tempo em que a censura, as repressões, os desgastes emocionais tornam-se comuns e insuportáveis para muitos. Acredita-se que se adquiriu tanta experiência na convivência com os outros que já se sabe tudo; não admitindo contrariedade alguma ao pensamento estabelecido, haja vista o pedestal de poder absoluto em que alguns adultos - às vezes - julgam se encontrar. E é aí que se geram os conflitos com os de outras gerações; uma queda de braço na qual o que cai mesmo é a conscientização do valor das diferenças, tão propaladas na mídia moderna.
Quem garante a segurança do roteiro escolhido? Quem pode afirmar e assegurar o fim desde o começo? Se cada fase da vida alicerça a fase seguinte, o que se deve fazer mesmo é aprender a [con]viver. Ninguém sabe tudo, somos eternos aprendizes e, até isso, é bom que todo mundo admita.
Aquele, no entanto, que enxerga a vida pelo retrovisor vai dizer soberbamente e, quiçá, com razão: -Esses moços, pobres moços; ah! ... se soubessem o que eu sei...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Minha vida é andar...

Somos dotados, normalmente, da capacidade de locomoção; não importa o ritmo do deslocamento. Se a intenção é chegar, não havendo preocupação com a alta velocidade, todo mundo um dia atinge esse objetivo. A questão é que, na vida, uns querem, necessariamente, passar pelos outros, estar à frente, alcançar a linha de chegada antes de todos, sem considerar a legitimidade ou legalidade dos meios para esse fim.
A caminhada em nossa existência permite-nos estabelecer um compasso e uma agradável maneira de conviver com a paisagem que passa diante de nossos olhos e debaixo de nossos pés, criando em nós a sensação de bem-estar e até de felicidade. Todo esse conjunto de contemplações sugere-nos lições de vida. O que estiver estático sob o nosso olhar ou em movimento há de deixar-nos preciosos aprendizados. Nada nos passa em vão.
Dentro dessa perspectiva, não estamos falando aqui de meros movimentos físico-motores; mas de um processo de observação e assimilação à proporção que nos deslocamos, e passamos pelas coisas, pelas paisagens, pelas pessoas.
Para muitos, chegar simplesmente não é interessante; é preciso chegar primeiro. Para outros, basta o caminhar na direção certa ou que julguem ser o melhor roteiro. Há quem pense também que tudo isso é perda de tempo, pois ninguém - na verdade - chega a lugar algum. E assim, somos rodeados de diferentes perfis de caminhantes ou observadores com pensamentos vários sobre o valor das caminhadas. Cabe-nos prosseguir absorvendo o melhor de cada um.
E você, já observou para onde está indo em sua caminhada? Que lições estão sendo extraídas e aplicadas no seu modus vivendi? O que tem chamado sua atenção: as coisas, as paisagens, as pessoas?
Cheguei à conclusão de que a vida é uma caminhada na qual não há linha de chegada; ela é um roteiro cujo ritmo é estabelecido por quem dela participa; é uma oportunidade de descobrir parceiros; é uma chance de assimilar lições com o que vemos, por onde passamos e com quem convivemos.
Realmente, minha vida é andar...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Vem, vamos embora...

O que você está esperando?
Acha que o mundo vai parar p'ra que você
amarre seus sapatos,
aperte seu cinto,
dê o nó de sua gravata?
Ou retoque sua maquiagem,
e contemple as muitas vezes que você se dirigiu ao espelho?
Não!
Absolutamente, não!
O tempo não para, pense nisso!
Uma vez, alguém me perguntou:
- O que te movimenta?
Foi difícil entender a profundidade da pergunta,
e ao longo de minha existência,
tenho tentado responder a mim mesmo e,
acho que é bom todos descobrirem seu movimento nesta vida.
Ação é tudo!
Atitude é tudo!
Esperar é quase nada!
Quem espera sempre cansa
Nada está parado;
o mundo é pleno movimento,
cada coisa no seu ritmo,
mas em transformação.
Agora mesmo,
não estamos inertes;
pois somos convidados a agir constantemente,
naturalmente...
Então...
Vem,
vamos embora,
que esperar não é saber;
quem sabe faz a hora,
agora,
pois sabe viver!

É preciso saber...

O outro nunca será você.
Então, pare de querer que o pensamento
e as atitudes alheias sejam iguais ao que você crê como certo!
Seja razoável!
Isso significa agir com a razão, viu?
Não agir assim pressupõe imprudência,
falta de equilíbrio,
e se isso acontece,
é comum a queda!
Deixe de criar tanta expectativa com as ações dos outros,
pois como diz uma canção:
os outros são os outros.
Seja você, apenas!
Admita que, por mais que haja promessas,
tudo só se cumpre por fatores vários que conspirem a seu favor;
não apenas por causa de um ou de outro.
Não fique aí esperando que a vida seja feita de ilusão,
nem pense em viver ou morrer na solidão;
é preciso ter cuidado pra mais tarde não sofrer, lembra?
Por isso,
é fundamental,
é necessário,
é preciso
saber viver!

Quero...

Já que vieste na hora exata,
dentro do que chamamos data,
quero tua risada mais gostosa,
tua alegria escandalosa,
esse teu jeito de achar
que a vida
pode ser maravilhosa!
(...)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Não chore se eu disser...

As pessoas vivem pedindo umas às outras que sejam sinceras, mas nem sempre têm estrutura para ouvir o que muita gente tem a dizer, sinceramente. Dentro dessa perspectiva, há quem se torne um mentiroso gratuito apenas para não ferir outrem, ou - quiçá - para parecer bonzinho (alguém que fala o que se quer ouvir). É, certamente, por isso que o mundo está transbordante de gente assim, hipocritamente agradável.
Você deve conhecer pessoas que não suportam escutar a verdade, que dói; preferem a mentira, que acalenta! E é nesse contexto que se encontra a sociedade - já há muito tempo - sem intimidade com a autenticidade das palavras ou veracidade dos sentimentos. Sei de muitos que optam por seguir o roteiro da imparcialidade, da omissão, daqueles de "cima do muro"; sem compromisso e sem comprometimento com - absolutamente - nada!
Terei de dizer verdades; escolherei a atitude de tomar decisões e decidirei tomar atitudes; pois descobri - depois de um bom tempo - o quanto é importante assumir posições com as quais me identifico e naquelas em que acredito plenamente. Fico receoso com quem não mede o que diz ou deixa transparecer uma ideia de aceitação constante das palavras e posicionamentos alheios, sem estabelecer critérios para isso, sem se permitir a ousadia de até discordar. Acho, realmente, que quanto mais transparentes formos em relação às nossas convicções, mais selecionaremos aqueles que cogitam fazer parte de nosso círculo de amizade [verdadeira].
Então, não chore se eu disser que eu já vou; que isso não se faz ou que isso machuca o coração... porque essa é aquela verdade tão necessária neste mundo tão carente de quem diga - em tempo oportuno - o que precisamos ouvir!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Não dá mais p'ra segurar...

Realmente, às vezes, temos vontade de sumir do mapa sem deixar recados... nem mesmo na porta da geladeira; queremos paz. Seria inútil, no entanto, reclamar da vida inteira sem tomarmos uma atitude em prol daquilo que realmente queremos ou em que, de fato, acreditamos. Viver dissimulando uma sensação de bem-estar contribui para ampliarmos o número de hipócritas e cretinos no mundo; é preciso reagir à mesmice de um comportamento medíocre de uma maioria.
Falar sobre esse tipo de verdade parece imprimir um tom de revolta ou intensa insatisfação, mas não é essa a minha perspectiva; quero apenas ter a ousadia de discordar, a coragem de não calar diante de uma hipocrisia generalizada na vida social da atualidade e ao longo da história humana.
Não sei se você já teve uma dessas vontades; creio que sim. Aquela "coisa" que parece querer explodir dentro de nós, mas só chega a esse ponto por ter sido sufocada há muito tempo e de tantas formas. E assim, suportamos desaforos, "engolimos sapos" em defesa de nosso emprego, sorrimos - ainda que amareladamente - p'ra não parecermos indiferentes; mas sofremos intimamente com isso tudo. Até quando?
São tantas coisinhas miúdas... arrasando aos poucos com o nosso ideal...
Há um tempo em que não dá mais p'ra segurar, o copo está cheio e que não dá mais pra engolir...
O princípio da expressão precisa ser exercitado; a apatia anula o ser, a omissão corrói o caráter. Fiquei pensando como é que um coração pode explodir, e - depois disso - a pessoa ficar ainda mais viva que antes. Sempre me disse: Jamais permita que a alegria de viver seja vencida por um momento triste; agora, digo a você : Alegre-se de verdade - não dissimule a felicidade; isso faz mal à alma... tira a legitimidade do sentimento!
Quando estiver indignado, indigne-se [sem os escândalos dos inoperantes] com a força de seu ideal em busca de valores maiores; seja nobre!
Chore, se necessário, com a sinceridade dos humildes e de modo que justifique a pureza de suas lágrimas.
E quando não der mais p'ra segurar, você saberá o que fazer com o seu coração.
(...)

sábado, 23 de janeiro de 2010

... e não ter a vergonha de ser feliz!

Não é porque a felicidade é uma eterna busca que vamos acreditar na sua real inexistência, não é mesmo? Passo horas pensando em opções capazes de provar que os pessimistas estão loucamente equivocados em relação ao conceito do que é ser feliz, pois conheço alguns que se valem até de fórmulas matemáticas e teorias, as mais exóticas, e afirmam: Neste mundo, nós nascemos para sofrer!
Quero pensar na existência humana como uma sequência de oportunidades, as quais podem ser bem aproveitadas e, quando isso acontece, inevitavelmente passamos pelo portal da felicidade. Já ouvi também comentários de que, na verdade, o conjunto de momentos felizes - mesmo raros - constituem a sensação de bem-estar, alegria e satisfação... mas, será isso a felicidade? Várias migalhas espalhadas no caminho da vida, em meio a um constante sofrimento alternado por impressões de prazer, seria isso o pão nosso de cada dia?
Aconselho-me a não acreditar nisso!
É bem verdade que apanhamos logo ao nascermos; choramos ... e muitos riem, até creem que isso é importante para a vida; e durante um bom tempo, dependemos de muita gente para garantirmos nossa sobrevivência... é uma árdua maratona!!!
Prefiro aceitar a felicidade como um desafio, constante sim, mas possível! Quero apostar na possibilidade de ser feliz, mesmo que eu precise aprender ou assimilar essa verdade, esse processo, essa busca, essa conquista!
Não me entregarei ao desengano; fortalecerei minhas convicções a respeito dos sonhos, das metas, dos objetivos, de cada passo em busca do que quero. Não pretendo sofrer, mas se isso me ajudar nessa jornada, sofrerei - não pelo prazer do sofrimento - mas, compreendendo que ele já é parte da minha felicidade; sem rancores, sem angústias, sem dores... apenas abrindo caminho para dias melhores, acreditando que não existe escuridão tão profunda que impeça o amanhecer. E, por experiência própria, corajosamente, quero poder viver e dizer que não tenho a vergonha de ser feliz!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Um olhar, uma luz...

Há uma estação do ano que me encanta, pode crer; parece o fim de tudo, mas é um recomeço impressionante - chega até a ser vista como um período triste, bucólico ou sombrio. Vejo-a, porém, sob um prisma diferente, talvez, de muitos.
Gosto do cenário de folhas ressequidas espalhadas pela ação do vento; a sensação de que um caos de estabeleceu, mas não como tragédia, e sim passagem, transição...
Se a primavera enche-nos os olhos de um colorido; se o verão aquece e seca a Terra com seu calor, às vezes, aterrador; e se o inverno resfria a alma, o tempo, inundando implacavelmente os espaços, conforta-me pensar numa estação que me lembra a esperança, a luz sob meu olhar...
Ao contrário das muitas flores; a presença de tantas folhas...
Sem a intensidade do calor, tampouco a abundância das chuvas...
O equilíbrio...
A cor do céu ganha uns tons vangoghianos que celebram fases de esperança para a própria natureza; é como que alguém estivesse dizendo: -Ainda há uma chance!
É assim, nesse arcabouço de elementos naturais, repletos de imagens, que concebo o outono.
(...)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Ó metade de mim...

Ó parte, que há tempos foste minha,
Reencontra-me e retoma o que é teu;
Ficaste tanto tempo sozinha,
Sendo apenas tu, e aqui somente eu.

Realiza em mim o sentido da vida
Com teu sonho de seres plenamente fêmea;
És minha metade outrora perdida,
Resgatada agora, és minh'alma gêmea!

E no limitado cosmos do amor,
Já somos todo; não apenas parte.
Mesmo que a ausência inda nos seja dor,

Pois os fios invisíveis me permitem amar-te.
Saio do porão (...) hoje sou caçador:
É temporada de caça (...) vou devorar-te!


(Extraído do meu livro ADÂMICO)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Eu não sei dizer...

Até gostaria,
mas não sei dizer.
E,
claro,
não vou incomodar você
com meu silêncio;
tampouco
com o que nem sei dizer.
Só sei que penso,
e o que quer que eu diga
você não vai entender,
mas...
não digo,
não faço,
não sei por que...
prossigo,
desfaço,
à espera de abrigo,
só consigo dizer
e digo:
Quero espaço!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Meu cachorro me sorriu latindo...

A primeira vez que ouvi na canção do Roberto Carlos que seu cachorro sorriu, sorri. Pensei, confesso, inicialmente, em um cãozinho mostrando os dentes sem agressividade, como fazem os chimpanzés; mas - como fui criador de cães durante um bom tempo - aprendi bem que um cachorro pode dar até "boas gargalhadas"!
Gosto dessa linguagem metafórica das letras musicais que, às vezes, dizem tanto sem precisar perder a simplicidade. Ser simples é fundamental! A expressividade convida-nos à singeleza, ao significativo sem a necessidade de espalhafatos; simplesmente é simples!
Com o tempo, a gente descobre que há várias maneiras de dizer aos outros como estamos ou o que sentimos. Felizes os cães que permanecem com cauda; felizes as pessoas que conservam o sorriso aberto e sincero, sem tons amarelos; e saber cuidar dessa ferramenta é fator fundamental para a conquista de muitos sonhos, inclusive a do amor verdadeiro. Mas, que ligação há entre a expressão de alegria dos cães e a nossa forma de dizer que estamos felizes?
Como é que você está propagando sua felicidade?
Pense nisso!!!
Sorria!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Eu não posso mais ficar aqui...

Cansei!
uma palavra que me devora,
justamente aquela
que meu coração não diz!
Quero palavras;
já não suporto a espera!
Passei tanto tempo buscando,
nada achei;
Serei feliz?
Tenho que ir,
preciso andar...
e, preciso acabar logo com isso!
Espero as palavras;
só me vêm imagens...
E o meu compromisso?
Eu não posso mais ficar aqui
a esperar...
Cansei!

domingo, 17 de janeiro de 2010

O Haiti é aqui...

O mundo é uma aldeia global. As necessidades de uns passaram a ser ou sempre foram de todos em qualquer parte do planeta. Cada descoberta no plano científico pode se transformar numa conquista ou na mais temível ameaça à humanidade. A expectativa de vida dos habitantes da Terra está diretamente ligada ao que estamos fazendo com o lugar onde moramos. Isso tudo é, incontestavelmente, uma verdade; às vezes angustiante ou muito alentadora.
Ao longo de nossa história, como país em desenvolvimento, temos convivido com oscilações no aspecto econômico, social, político e, felizmente, não vínhamos sofremos tanto com os desastres ou catástrofes naturais; no entanto, em anos recentes, a situação parece estar fora de controle e a perplexidade diante das questões climáticas, pluviométricas - principalmente - tem deixado o Brasil assustado com seus efeitos sobre algumas áreas de risco ou não, necessariamente; já que alguns grandes centros urbanos também sofrem bastante com esses cataclismos.
Estamos todos sujeitos às intempéries e aos "caprichos" da natureza; e, por isso mesmo, precisamos cuidar dela para que não sejamos tragados de surpresa como que não tivéssemos nada a ver com essas calamidades. Temos uma responsabilidade com o meio ambiente, ou pelo menos deveríamos assumir que somos diretamente responsáveis por ele; não adianta fugir nem fingir, nem mentir pra si mesmo(...) Cada um de nós fica olhando um para o outro quando deveríamos olhar para o futuro que estamos construindo, ou seria destruindo, para nós mesmos. Estamos em alerta! Queremos muito; fazemos pouco! Precisamos agir agora!
Nossa pobreza na economia torna-se pequena diante da miséria ou cegueira administrativa, no que tange aos cuidados de proteção com nosso povo, pois é paradoxal admitirmos crescimento econômico e um atraso absurdo nas ações básicas para a existência com qualidade de vida.
Os vulcões adormecidos de nosso país, os abalos sísmicos sutis que já nos deixam trêmulos, as chuvas que caem torrencialmente, os furacões que atravessam oceanos e atingem nossas encostas, o sol que se aquece tornando-se algoz no período de seca, as queimadas que apagam o verde minguante de nossas matas, entre outras situações de desespero dos quadrantes brasileiros fazem-nos crer na solidariedade necessária a todos, pois - a despeito dos nossos progressos em vários âmbitos, como um país que cresce, não nos esqueçamos também de que, inexoravelmente, o Haiti é aqui.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Não deixe tanta vida p'ra...

Quando ouvimos alguém dizer que está aproveitando a vida, é frequente associarmos o "aproveitar" a alguns hábitos ou ações nem sempre saudáveis, infelizmente. Em contrapartida, claro, há quem entenda por bom aproveitamento da vida, como uma boa viagem a lugares paradisíacos ou tecnologicamente avançados; encontros com os amigos - as chamadas tertúlias, [essa é do fundo do baú], enfim, atitudes que promovam o bem-estar e a sensação de felicidade. Às vezes, encontramos até pessoas cujo individualismo é tão exacerbado a ponto de levá-las ao isolamento social, e chamarem a isso de curtir a vida; será que elas estão com a razão?
É, mas, e a vida? E a vida o que é? [já ouviu isso, hein?]
Fico aqui pensando em encontrar uma definição, um conceito (...), mas não é fácil! Será uma doce ilusão? A batida de um coração? O que será que será?
Seja o que for deve ser bem aproveitada, bem vivida.
Considerando a existência humana como um projeto, creio na necessidade de um planejamento estratégico; com metas, objetivos gerais e específicos, metodologias, recursos para a obtenção dos alvos estabelecidos, avaliações (...), tudo visando ao sucesso do empreendimento que é viver.
Acontece que alguns de nós vão adiando tanta coisa legal e interessante na vida, e quando despertam para o melhor de nossa passagem por aqui, já não têm mais a mesma energia e o mesmo entusiasmo de outrora, provocando em si o afastamento destruidor da mais completa felicidade, caindo na amargura da solidão. Triste isso, não?
Mas, o que você está fazendo com a sua vida? Uma oportunidade de ser feliz?
Bem, hoje fiquei pensando em dizer: Como vai você? Eu preciso saber da sua vida (...) Mas, principalmente em pedir: Não deixe tanta vida p'ra depois!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ali, onde eu chorei...

Por vezes, somos levados, por algumas circunstâncias, a crer no caos irreversível ou a pensar que o fundo do poço não tem saída. Sinceramente, que pensamento infeliz!!!
Acostumar-se com o ritmo da existência humana, entender suas oscilações, acreditar na alternância das possibilidades é o "barato da vida"! É admitindo essa realidade que passamos a valorizar cada situação vivenciada, na certeza de que nada é para sempre, por melhor ou pior que seja.
Quando alguém demora a perceber essa verdade, é comum que se torne uma pessoa amarga, rabugenta e infeliz, pois não consegue encontrar felicidade em quase nada; reclamando de tudo e de todos, gera em torno de si, uma atmosfera densa e sombria - perto da qual tudo é negativo.
Não sei se você já conversou com pessoas que apresentam a vida como um fardo, e não como um prazer; certamente já. Cá p'ra nós, você gosta de passar muito tempo com esse tipo de perfil humano? É barra, não?
Há poucos anos, passei por uma dessas oscilações da vida, momento em que a gente descobre os amigos, entende "né?" Aí, você começa a encontrar pessoas que já vêm com pedras na mão para tornar sua dor mais dolorosa; ou encontra aqueles que estendem a mão aberta em forma de ajuda significativa. Lidar com isso é tarefa árdua, requer destreza na arte de viver.
Considerando-se que o dia oferece-nos tantas variações, não deveríamos estranhar o sol, a chuva, a lua, a luz, a escuridão, os vales e as montanhas; assim também a alegria, a tristeza, a paz, a guerra, o silêncio, o barulho (...) enfim, aprender a viver, com a convicção de que viver é difícil, viver é perigoso, certos de que sobrevivemos a cada instante.
Quanto ao chorar, é bom tirar proveito das lágrimas; que elas não representem desespero, mas o reflexo do momento vivido, na esperança de dias melhores, pela via da honestidade, da retidão de caráter, do trabalho digno e inteligente, enfim, daquela disposição em andar a milha a mais. E quem já não chorou, por perdas, tristezas, desespero ou tédio? Mas, certamente, também já deixamos nosso rosto marcado pelo encontro entre a lágrima e a felicidade, a alegria, a conquista, a realização, não é mesmo?
Quando for preciso, chore; mas não se negue também às gargalhadas p'ra que você chore de rir. Guarde esses momentos, pois eles servirão de consolo e de paz em muitas outras circunstâncias da vida, sendo-lhe um bálsamo, uma inspiração.
E creia, que com essa visão da vida, viver será menos desgastante; será gratificante, a ponto de você - em momentos assim - dizer: Ali, onde eu chorei, qualquer um chorava; dar a volta por cima que eu dei, quero ver quem dava!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Se você disser que eu...

Sempre que resolvemos nos expor, por menor que seja a exposição, corremos riscos de opiniões diversas. Certamente, haverá quem nos cubra de elogios, por motivos vários - desde o medo de ser indelicado ao mais sincero reconhecimento de nosso esforço em fazer "o melhor".
É claro que esperar uma apreciação seguida de palavras elogiosas massageia o ego, mas como a hipocrisia se aproxima da mentira que, por sua vez, se reveste de falsidade e outras "coisas" afins, ficamos - via de regra - desconfiados daqueles que nos criam a rotina do sorriso fácil, sem os critérios da verdade, da ética, do respeito e da amizade em sua melhor essência.
Saber aceitar a crítica bem fundamentada em prol de um progresso pessoal, mesmo que surpreenda nossas expectativas, não é comum; requer maturidade, bom senso, humildade e a consciência de que tornar-se vitrine deixa qualquer um à mercê dos comentários alheios, bons ou maus, com nobreza de espírito ou com espírito "de porco". É o preço que se paga por não querer ficar dentro de uma ostra, mesmo sendo pérola.
Se você disser que eu não sei, que eu não posso, que eu desafino, saiba que isso já não me provoca tanta dor, porque já me sinto privilegiado em ter a sua atenção, seu cuidado, sua preocupação em que eu escute o que você me diz, pois sua intenção - embora pareça ferina - é que eu tenha um pouco de você, do seu modo de ver as coisas, do seu jeito de fazer o que faço.
Você não quer que eu me ache; mas que eu não me perca em minha vaidade de pensar que estou sempre certo. Admitir isso não é fácil, mas é saudável!
E assim, vamos seguindo: agradando a uns, e nem sempre a outros, porque é essa a vida.
Você pode colher mais progresso com a crítica do que com os elogios; então, quando alguém quebrar sua expectativa, lançando os dardos agudos da palavra que outros não tiveram coragem de proferir, não precisa fazer "bossa"; assimile... caia se for preciso, reconheça a queda; aprenda com ela, não desanime (...) mas levante-se, sacuda a poeira e dê a volta por cima!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Eu não vou negar...

Por que eu negaria?
Negar que já disse ...
que já fiz ...
que já quis ...
que já pensei ...
Bem, eu não vou negar
que já neguei,
que já calei,
que já deixei de fazer,
que já nem quis mais,
que nem passou pela minha cabeça!
Por que, então, eu negaria?
Diante disso, resolvi declarar que,
a partir de agora,
afirmarei sempre:
Eu não vou negar!!!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Foi um rio que passou...

Você sabe, não é de hoje, que tudo passa!
Isso já passou por sua cabeça, não?
É bom mesmo que passe
porque, quando demora muito, quem fica no passado é a gente.
Veja que coisa:
Quem disse que o rio passou foi o rio Lago,
e o Lago ficou sem o rio,
justo o Mário!?
Bem, não adianta nem tentar...
porque detalhes não são apenas coisas pequenas;
podem surpreendentemente ser a lembrança de uma canção que não passa
ou, pelo menos, não sai da cabeça de muita gente.
Isso não acontece pouco; então é muito, é grande!
E assim, letras de música passam, mas ficam também!
Basta uma frase, uma palavra, um olhar, um silêncio e...
Ahaann!
Olhaí, no tempo musical a gente viaja
só cruzando os rios da memória,
permitindo que essa viagem
prossiga e que vá passando,
e que nessa passagem
a gente,
simplesmente,
não
passe.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A gente não quer só gramática!!!

Gramática é a...

Escrever pra quê? Ler pra quê? Você precisa de quê?

Descobrir que apenas pensar não é suficiente faz com que queiramos transformar pensamentos em palavras, as quais podem ser faladas ou escritas. É claro que essa necessidade de expressar aquilo em que acreditamos é inerente ao ser humano. Mas, se a palavra não se apresentar de modo claro, coerente e preciso, qual será o seu fim? Entenda-se fim como finalidade; não como conclusão ou término, embora - sinceramente - querer transmitir seja o que for sem clareza, sem coerência ou objetividade é a treva! (hehehe...)
O grande lance, então, para uma comunicação mais fluente começa com o pensar, tornar a palavra um recurso de uma maturação do pensamento, certamente, tornará a expressão bem mais que um amontoado de letras ou sons insignificantes. Essa percepção evidencia que é a intenção comunicativa que dá aos termos o seu encanto, o seu real significado, mas para isso deve-se atinar para a escolha certa das palavras, pois é essa seleção que imprime ao texto o seu valor semântico. As pessoas querem uma linguagem que chegue bem ao ouvido e aos olhos do entendimento, a fim de que as meias-palavras se completem e todos possam entendê-las.
Ninguém há de querer falar sem dizer; expor-se sem convencer; lutar para perder. Assim a gramática deve ser vista como uma ferramenta para a formação da boa produção textual; afinal de contas, a gente não quer só gramática; a gente quer um bom texto, que nos sirva de diversão... que nos seja arte!