quarta-feira, 31 de março de 2010

Você é assim...

Flor de jardim;
Ser que se doa
Sem dó...
Intensa...
Se, longe de mim,
Desfaz-me...
Despetala-se.
- Espinhos?
Dispensa...
Encanta-se,
Vira pó, enfim.
Por ser assim;
No vale,
Não me deixa só;
Compensa!

terça-feira, 30 de março de 2010

A saudade bateu...

Não importa a que horas ela aparece
Pode ser logo cedo, ou tarde da noite;
Esperar, talvez, que alguém regresse
Dói, às vezes, como um grande açoite!

Alivia-nos quase sempre a doce lembrança,
Se u'a palavra ou gesto nos vem à mente;
Guarda-se no peito ainda uma esperança
De vermos, logo, um ao outro novamente!

O coração bate cada vez mais forte, é verdade
Na expectativa de que vivamos essa emoção
Pois quando se ama, é normal sentir saudade

Certamente, são coisas próprias da paixão
E se queremos viver plenamente a felicidade,
Deixaremos a saudade se expandir no coração!

sábado, 27 de março de 2010

Estranho amor [?]

Ah, teu olhar,
Janela da alma.
No sorriso que acalma,
Teus olhos me sorriem,
Enquanto me encanto;
Tua voz,
Mesmo a distância,
Desata de nós os nós.
Se é inútil ter certeza,
Entrego-me à tua natureza;
E me deixo levar
Ao encontro de teu beijo,
Pois sei que é meu esse desejo.
Aceito um amor, que não me é estranho;
Sempre esteve comigo.
Se me quiseres, te acompanho;
Sem rédeas no coração,
O que me dizes é um rastro que sigo,
E se também aceitares  o que digo,
Entrego-me; perco a razão!

terça-feira, 23 de março de 2010

...mesmo que exista [...]

Se, por algum tempo, me faço presente em tua vida
A despeito da distância e das horas que nos separam,
Ouso dizer-te que mesmo envolto em tanta lida,
Meu corpo e minh'alma o meu amor te declaram!

Não sei se nos encontramos além de dentro de nós,
Se nos cabe um espaço além de nosso coração;
Viajo nas lembranças de quando vivemos a sós
O que hoje parece surpreender a própria razão!

Sinceramente, não quero apenas estar no teu pensamento;
Quero mais do que pensar que também pensas em mim.
Se conseguimos guardar em nós tão profundo sentimento,

E agora floresce uma vontade de só nos dizer "sim",
Onde estiveres, quero alcançar-te em meu intento:
De te amar plenamente com um amor que não tem fim!

domingo, 21 de março de 2010

De ventos e velas...

Comparar a vida com o mar não é uma metáfora assim tão rara.
Vivemos como barcos a singrar tantos mares e, até, oceanos...
Às vezes, somos levados por correntezas;
Ficamos à deriva,
À mercê das ondas...
Sofremos os embates de suas fúrias,
E mesmo quando tudo parece estar calmo,
Podemos ser surpreendidos.
A vida é assim: um grande mar aberto.
Nele somos lançados a seguir diversas rotas por nós escolhidas;
Ora na direção certa; ora na incerteza do destino,
Perdemo-nos ou nos encontramos nesse vasto mar!
Com o decorrer do tempo,
Diante de viagens mais longas,
Largamos o timão, o leme da existência,
Querendo que alguém assuma o comando;
Mas, parece que a voz do grande mar nos diz
P'ra não ter medo,
Que a coragem é o segredo da vida...
Sob os ventos e velas!
Até porque
Somos esperados por tantos que um dia nos viram adentrar o mar
E nos acenaram na esperança de um retorno breve.
Na volta, cabe-nos a expectativa de um abraço
Tão intenso e aconchegante de sentir as batidas do outro coração
Em nosso peito...
Com o olhar umedecido,
Voltamos,
Deixando escapar um pouco do mar em nossos olhos,
O mesmo mar imenso de tantos que nele se perderam.

sábado, 20 de março de 2010

Coisas que eu nem sei contar...

Se me propões que nos unamos em corpo, voz e cor,
Chego-te assim, sutilmente, sussurrando ao teu ouvido;
Circundando teu pescoço, ouvindo gemidos não de dor,
Ouso, então, lançar-me em ti com beijo mais que atrevido!

Desbravo-te freneticamente os pontos, tua geografia...
E teus suspiros em falsete fazem-me também delirar;
Nem o passar das horas me provoca o fim do dia,
E essa aventura em carne e osso faz a gente levitar...

Com a sensação maravilhosa de estar n'um paraíso,
Éramos dois; já somos um - encharcados de perfume;
Sem pecado, estando em ti, já perco o sizo...

Entregues à paixão, de nós - muitos têm ciúme...
Esparramado sobre tuas curvas, já não tenho juízo;
Escalo-te ofegante, e em jornada delirante: é o cume!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Mais um sonho...

Não pretendo te amar no bocejar da vida;
Serei pródigo em me achegar ao teu céu...
Mas, se minha atitude te parecer atrevida,
Ficarei pacientemente a esperar do teu mel!

Se é preciso sofrer uma tortura implacável,
Ou até ousar romper minha incabível prisão;
Voarei num limite bem mais que provável...
Só p'ra chegar e tocar-te o inacessível chão!

Sei que pode valer delirar e morrer de paixão;
E, se amanhã, esse teu chão que eu beijei...
Junto ao teu peito, for meu leito de perdão,

Sem palavras, q'eu apenas te diga que já nem sei,
Que não entendo essa lei e tampouco a razão...
Mas, se era sonho impossível, todo amor eu te dei!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Carícias plenas...

Como se não bastassem as minhas cruéis cadenas,
Vivo à mercê dos enleios dos fios de tuas melenas;
E sob o laço de teu abraço, revigoro-me em cenas
Marcantes de amantes, sendo - assim, nós - apenas!

Em busca de teus carinhos, carícias mil - tão plenas;
Debulho-me sob tuas mais intensas provas pequenas
Que se somam, em torno de mim, tais quais falenas...
Enquanto desbravo teu mar, lembras-me as sirenas,

Com seus hipnóticos cantos, melodiosas e obscenas;
Em teu corpo dourado, entrego-me às duras penas...
E, se ouso deslizar-me em ti com ações tão serenas,

Dizes ao meu ouvido palavras doces, sempre amenas.
Aliviando-me - sob estrelas - minhas quarentenas...
Sinto que sou pleno; e anuncio-te em minhas arenas!

domingo, 14 de março de 2010

Se olhar nos meus olhos, ...

Talvez as palavras sejam assim tão poucas
E meus gestos queiram se fazer presentes;
Se os encontros parecem atitudes loucas,
Mergulho fundo na emoção que pressentes!

Quando insisto em falar-te assim tão sério
E de mim foges, descartando o meu desejo;
De teu coração, vou desvendar o mistério
P'ra revelar-te o amor na doçura de meu beijo!

Quero te mostrar, bem pleno, o que é ser feliz;
Com essa chama que queima e chama pra viver
Um amor: reflexo do carinho que sempre te fiz

Pra viver essa paixão, se é assim o teu querer;
Seremos o amor, você e eu, como a canção nos diz:
E se olhar nos meus olhos, sei que já podes ver!

sábado, 13 de março de 2010

... tão carinhoso!

Às vezes, quando os meus olhos querem esboçar um sorriso,
E o coração é cercado por sombras de um passado ameaçador,
Quero, então, resgatar - a todo custo - o tão sonhado paraíso
Que me devolva a antiga alegria, um dia sufocada pela dor!

Mas, como fazer o coração voltar a bater daquele jeito feliz,
Se pelas ruas já não consigo - voluntariamente - te seguir?
Talvez por fugires de mim, quedo-me e quebro as promessas que fiz;
E os meus carinhos como antes, agora não podes mais sentir!

Ah, tu sabes, como ninguém, o quanto eu sou tão carinhoso
E como é sincero o meu amor; mas se estás a fugir de mim,
Fico reticente, quieto, buscando soluções, porém receoso...

Espero, então, recluso - expressar-te o que sinto assim:
Querendo que meus olhos fiquem sorrindo, com coração sequioso
E que venhas sentir o calor nos braços de um amor sem fim!

Vi tudo mudar...

E agora?
Seguir uma trilha já feita por outros
Ou fazer o próprio caminho?
Quando somos desafiados a enfrentar a vida,
Costumamos ver as estradas percorridas por quem já a enfrentou;
Olhamos cada passo,
Cada salto sobre as pedras,
A travessia das pontes,
Os abrigos procurados como forma de amparo;
Enfim, queremos chegar lá...
A um lugar a que chamemos de porto seguro:
Um ombro,
Um colo,
Um aconchego...
Algo mais que uma companhia;
Bem mais, muito mais que não estar só...
Pensando nisso,
Só quando fui ferido,
Vi tudo mudar!

terça-feira, 9 de março de 2010

... sempre mexe com a gente!

Não seria o tempo, testemunha tão presente,
que nos faria esquecer
de momentos bem marcantes
em corações que se encontraram;
Mas em sonhos e devaneios,
fugimos de nós mesmos; e eu quero ver
Até quando nós iremos sufocar
esses desejos que outrora nos acharam!

E os anos se passaram,
enquanto tentávamos nos encontrar ou reviver
de algum modo, sem mágoas passadas,
e sem sombra de qualquer dor;
Novamente e renovados,
como que até pudéssemos fazer renascer
das cinzas, a que nos lançamos,
o que em tempos chamamos de amor!

Na certeza de que somos espectadores
e protagonistas de nossas vidas,
Seguimos nossa estrada,
guardando na memória a preciosa semente
Do melhor de nós,
contrariando de todos as previsões mais atrevidas;

Pois bem sabemos que quando se ama,
nada se acaba assim de repente...
E se estas palavras poéticas
fizerem ressonância quando forem lidas,
Comprovaremos, realmente,
que paixão antiga sempre mexe com a gente!

segunda-feira, 8 de março de 2010

*Mulher, Mulher...

Desde o Éden, musa única da humanidade infante;
Perpetua em si as gerações de um porvir extenso...
Transpassando séculos e superando-se a cada instante,
Faz-me quedar ao fascínio de teu encanto intenso!

Soberana, altiva e dona das trilhas dos corações
Retrata em si u'a magia que é puro apelo a todo olhar;
Se és sereia, cultivam-se em ti - tão doces cantos - as ilusões,
E ávido, sei que somes e me consomes em teu vasto mar!

Mulher ou anjo que de vez em quando se torna fada;
Menina, moça, um ser que cresce e ao bardo apetece...
Te ofereces ao mundo para sempre seres amante bem amada!

A natureza te prestigia e, muito mais, a humanidade te agradece;
Sendo mãe, és - a todo tempo - pelos filhos cortejada...
Não importa a idade, energizas-te e nada em ti envelhece!

*Soneto dedicado à Mulher [que eu amo sob estrelas] em seu dia todo especial.

domingo, 7 de março de 2010

Amanhã pode acontecer tudo...

Movidos pela expectativa de nossos amanhãs,
Buscamos ansiosamente uma âncora no futuro;
Espargindo emoções tão loucas; às vezes, sãs,
Torna-te p'ra mim uma ilha, onde me sinto seguro!

O outro dia que vem é sempre uma constante indagação:
Pode acontecer tudo, inclusive, nada; é sempre assim...
Mas a felicidade chega, é certo; no momento da razão,
Trazendo-te suave como a campina, bem grande p'ra mim!

Se o tempo nos reserva, nas caminhadas, a incerteza
Nele sigo bem atento aos sinais; quero ver-te, não me iludo...
Ao teu encontro posso ir, faço-te em teu compasso m'ea princesa;

E se os dardos contra ti forem lançados, te serei escudo...
Sob cuidados gentis, sem pressa; pois não tem pressa a natureza;
Contigo, há de já - no coração ansioso - acontecer tudo!

sexta-feira, 5 de março de 2010

A atitude de recomeçar é todo dia, toda hora...

Eu também queria que você soubesse
Que sua alegria é minha alegria
E em mim ganhou um terno abrigo!
Eu também queria que você soubesse
Que apesar de ter percorrido tanta estrada,
A minha ternura em tua lembrança ainda está comigo!
Eu também queria que você soubesse
Que fico sempre feliz em ver-te mulher
E que com teu jeito menina, inda mais me fascina
Me prende ao teu peito, e me faz o que quer!
Eu também queria que você soubesse
Que eu diria a todo mundo, se pudesse;
Que eu te gosto hoje muito mais
Porque me entendo muito mais também
E que é duro ter que sentir isso longe de alguém!
Eu também queria que você soubesse
Que a atitude de recomeçar é todo dia, toda hora...
Mesmo que esse reconhecimento só tenha chegado agora!
Eu também queria, finalmente, que você soubesse
Que as cicatrizes de nossas velhas feridas
Não devem ser abertas, mas esquecidas;
Pois cada um se renova quando cresce...
Então, lembremos felizes do que não perece:
O amor qu'inda pulsa em nossas vidas!

Deixo assim ficar subentendido...

Longos fios finos de ouro te cobrem a cabeça;
A tez serena te alveja a face de olhos de mel...
E esse mesmo olhar faz com que não me esqueça
De tornar-me tenaz em conquistar-te o dossel!

Chegar a me ver diante de teus cárneos lábios,
Carmesim em par que sutilmente me apetece;
Faz-me lembrar de conselhos sempre tão sábios
De um Shangrilah que sob a lua me aparece!

Teu corpo e cabelos soltos à mercê do vento
Convidam-me a um mais doce e esperado ensejo,
E a ansiedade nos impele a este momento

Em que, no encontro dos braços, queremos um beijo.
Pois quando o tempo não anula o sentimento,
Deixo assim ficar subentendido o meu desejo!

quarta-feira, 3 de março de 2010

*Eu prefiro as curvas...

Tal qual sereia, por entre arrecifes de corais;
Como náufrago, encantam-me teus cantos.
Contemplar-te apenas não me cabe mais,
Meus olhos te cobrem como se fora mantos!

Em viagens por devaneios, buscando abrigos;
Perco-me em estradas, às vezes, tão turvas.
Arrisco-me por ti; e até corro perigos
Por apreciar, perdido, tuas curvas!

As estradas de Santos me lembram caracóis
E a jornada ao mar parece-me audaciosa;
Pretendo desatar, quem sabe, alguns nós

Imaginando u'a aventura proveitosa.
E se esta imagem é linda; mesmo que a aprecie a sós,
Deslizo-me feliz nesta miragem sinuosa!!!

*Soneto às sereias de cantos e encantos encantadores.

"Quando olhávamos juntos na mesma direção..."

Ver a vida pelo retrovisor;
Debruçar-se sobre o álbum de fotografias;
Concentrar-se na leitura de poemas que marcaram época...
Viajar no tempo;
Criar imagens jamais pensadas antes...
Permitir-se...
Saudades!