sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Quem um dia irá dizer que existe razão...

Há cada ano que passa, convenço-me de que todos somos semelhantes às borboletas: passamos pela fase do rastejamento próprio das lagartas; buscamos sair dos casulos a que, naturalmente, nos submetemos; sonhamos com a liberdade a todo tempo; somos frágeis e nos deixamos, às vezes, nos levar pelo vento - à mercê de suas direções.
Pode ser que em nossos voos, corramos os riscos ameaçadores dos que colecionam belezas aladas; ou mesmo tenhamos de alçar as alturas para nos livrarmos de quem não sabe voar. É a lei da sobrevivência. A candura desses singulares seres e sua curta passagem pela Terra convida-nos a refletir quanto ao papel que precisamos cumprir diante dos outros, mesmo que seja apenas de encantá-los com o que houver de mais simples em nós. Isso pode ser visto até como uma missão.
Oferecemos ao mundo a metamorfose que é de poucos; e, talvez seja um dos maiores exemplos de transformação em toda a natureza animal. Essa capacidade - ou privilégio - de passar de rastejante a voador é algo fantástico!
Creio que surpreendemos o mundo com nossas mudanças. Experimentar o novo, quando muitos só nos veem sob o velho olhar, é uma ousadia prazerosa; ainda que temamos possíveis fracassos. Mas, o que é uma derrota, senão o adiamento de uma grande vitória? Considerando-se esse prisma de abordagem, nossas similitudes com as dóceis criaturinhas com asas coloridas rendem-nos a certeza de que podemos sim deslumbrar até os mais céticos.
E, se essa símile parece absurda, quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?

3 comentários:

  1. Vc é realmente FANTÁSTICO Silvio !/ Fernanda Lorena.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns e obrigada pelas palavras.
    Renata gomes

    ResponderExcluir
  3. Não é preciso existir razão nas coisas feitas pelo coração, basta apenas existir espaço para querer experimentar o NOVO...
    Vc é maravilhoso! bjs

    ResponderExcluir