domingo, 21 de março de 2010

De ventos e velas...

Comparar a vida com o mar não é uma metáfora assim tão rara.
Vivemos como barcos a singrar tantos mares e, até, oceanos...
Às vezes, somos levados por correntezas;
Ficamos à deriva,
À mercê das ondas...
Sofremos os embates de suas fúrias,
E mesmo quando tudo parece estar calmo,
Podemos ser surpreendidos.
A vida é assim: um grande mar aberto.
Nele somos lançados a seguir diversas rotas por nós escolhidas;
Ora na direção certa; ora na incerteza do destino,
Perdemo-nos ou nos encontramos nesse vasto mar!
Com o decorrer do tempo,
Diante de viagens mais longas,
Largamos o timão, o leme da existência,
Querendo que alguém assuma o comando;
Mas, parece que a voz do grande mar nos diz
P'ra não ter medo,
Que a coragem é o segredo da vida...
Sob os ventos e velas!
Até porque
Somos esperados por tantos que um dia nos viram adentrar o mar
E nos acenaram na esperança de um retorno breve.
Na volta, cabe-nos a expectativa de um abraço
Tão intenso e aconchegante de sentir as batidas do outro coração
Em nosso peito...
Com o olhar umedecido,
Voltamos,
Deixando escapar um pouco do mar em nossos olhos,
O mesmo mar imenso de tantos que nele se perderam.

Um comentário:

  1. É... Por que será que me identifiquei com esse texto? rs

    Estava precisando ler exatamente essas palavras. O timão parece perder a direção se não temos força para segurá-lo, e, repetindo um clichê (os clichês nos salvam, às vezes): "Nenhum vento ajuda ao barco que não sabe a que porto chegar".

    Eu sei o porto, eu sinto o vento, eu quero mostrar aos que me viram adentrar o mar que eu sei o caminho, que eu sei os mistérios da vida no mar. (Sei?)

    Há uma canção do Milton Nascimento que diz: "Certas canções que ouço cabem tão dentro de mim que perguntar carece como não fui eu que fiz?"

    Teria sido eu, nesse estado, se não fosse o professor Sílvio.

    Obrigado pela oportunidade de ler esse texto "tão meu". rs

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