terça-feira, 13 de abril de 2010

Como ninguém jamais te amou...

Se, ao Olimpo, os semideuses chegar sonham, apenas;
Aos Ulisses, cabe-lhes tão-somente a dura odisseia...
E se as mil e uma noites forem a rotina de tuas cenas,
Volvo-me a ti, esperando-te para contar-te a reestreia.

Sísifo serei a rolar a enorme pedra pela montanha acima;
Tal qual Fênix ressurgirei das cinzas para ser novamente.
Não olvidarei os apelos de quem, a distância, me anima;
Nem me entregarei ao Narcisismo; serei teu, plenamente.

Se Éolo eu fosse, demoveria as barreiras que nos separam;
O hiato, que ora nos divide, um encontro não deixa de ser.
E quando as Helenas, por minhas batalhas, se desamparam,

Volto-me p'ra ti, em busca de mim; tentando assim reviver;
Pois nossos corações, de tão perdidos, até já se acharam,
E a plenitude do amor, em nós, transbordante, como conter?

Um comentário:

  1. Não consigo cometer o pecado de não comentar nesse texto perfeito.

    Mitologia e Amor. Amor personificado no mito que escreve sobre mitos que foram menos altivos e ativos em seus amores. Ah, professor-poeta Sílvio é um mito.

    Unir a letra do Guilherme Arantes e os mitos gregos e não deixar o adeus sugerido naquela, mas o eterno porvir nestes é certamente supremacia de quem, certamente, é mais que um semideus.

    Elenco "Volto-me p'ra ti, em busca de mim; tentando assim reviver" como o verso mais perfeito lido nessas páginas virtuais que ecoam poesia. Sem, claro, desmerecer a fortuna literária que se encontra facilmente na navegação mágica do "gramaticarte".

    É mínimo isso: Parabéns!

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